Um. Dois. Som. Pum. Teste. Som.
Céu limpo. Nem vestígios do nevoeiro dos últimos dias. Há sempre o medo de que as coisas não corram tão bem como se espera. Um nervoso miúdo de quem há tantos anos anda na estrada e ainda não se habituou a escrever dedicatórias nas camisolas com a própria fotografia. Há nele a humildade de quem nunca pensou chegar onde chegou. Há nele a constante surpresa de quem tem sonhos por realizar mas nunca espera que eles cheguem tão cedo. À frente do palco, a multidão vai-se amontoando. Há t-shirts assinadas, bonés. Grupos vindos de todo o país. Sobretudo mulheres. E crianças. Várias gerações de mulheres que se junta num gosto comum. Numa paixão comum. Num encantamento. E cantam numa só voz. O palco está preparado. Testam-se as últimas luzes. O som. Os instrumentos. Na relva, sentadas, esperam que ele apareça. Que lhes envie um sorriso. Isso chega. E faz tremer. Porque na vida, simples e vaga, são precisos heróis. Ele tinha um sonho. Veio de baixo. Do fundo. Pegou na guitarra e começou a tocar.
Não importa o que toca. Porque toca corações. Faz as pessoas crédulas. E seguidoras das suas palavras. É seguido, nas palavras, nos acordes, nos percursos e nos concertos por uma legião de fãs. Crentes. É um deus. E elas as suas musas inspiradoras.
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